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domingo, 18 de março de 2012

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA – resumo -Lima Barreto

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA – resumo -Lima Barreto
O funcionário público Policarpo Quaresma, nacionalista e patriota extremado, é conhecido por todos como major Quaresma, no Arsenal de Guerra, onde exerce a função de subsecretário. Sem muitos amigos, vive isolado com sua irmã Dona Adelaide, mantendo os mesmos hábitos há trinta anos. Seu fanatismo patriótico se reflete nos autores nacionais de sua vasta biblioteca e no modo de ver o Brasil. Para ele, tudo do país é superior, chegando até mesmo a "amputar alguns quilômetros ao Nilo" apenas para destacar a grandiosidade do Amazonas. Por isso, em casa ou na repartição, é sempre incompreendido.
Esse patriotismo leva-o a valorizar o violão, instrumento marginalizado na época, visto como sinônimo de malandragem. Atribuindo-lhe valores nacionais, decide aprender a tocá-lo com o professor Ricardo Coração dos Outros. Em busca de modinhas do folclore brasileiro, para a festa do general Albernaz, seu vizinho, lê tudo sobre o assunto, descobrindo, com grande decepção, que um bom número de nossas tradições e canções vinha do estrangeiro. Sem desanimar, decide estudar algo tipicamente nacional: os costumes tupinambás. Alguns dias depois, o compadre, Vicente Coleoni, e a afilhada, Dona Olga, são recebidos no melhor estilo Tupinambá: com choros, berros e descabelamentos. Abandonando o violão, o major volta-se para o maracá e a inúbia, instrumentos indígenas tipicamente nacionais.
Ainda nessa esteira nacionalista, propõe, em documento enviado ao Congresso Nacional, a substituição do português pelo tupi-guarani, a verdadeira língua do Brasil. Por isso, torna-se objeto de ridicularizarão, escárnio e ironia. Um ofício em tupi, enviado ao Ministro da Guerra, por engano, leva-o à suspensão e como suas manias sugerem um claro desvio comportamental, é aposentado por invalidez, depois de passar alguns meses no hospício.
Após recuperar-se da insanidade, Quaresma deixa a casa de saúde e compra o Sossego, um sítio no interior do Rio de Janeiro; está decidido a trabalhar na terra. Com Adelaide e o preto Anastácio, muda-se para o campo. A idéia de tirar da fértil terra brasileira seu sustento e felicidade anima-o. Adquire vários instrumentos e livros sobre agricultura e logo aprende a manejar a enxada. Orgulhoso da terra brasileira que, de tão boa, dispensa adubos, recebe a visita de Ricardo Coração dos Outros e da afilhada Olga, que não vê todo o progresso no campo, alardeado pelo padrinho. Nota, sim, muita pobreza e desânimo naquela gente simples.
Depois de algum tempo, o projeto agrícola de Quaresma cai por terra, derrotado por três inimigos terríveis. Primeiro, o clientelismo hipócrita dos políticos. Como Policarpo não quis compactuar com uma fraude da política local, passa a ser multado indevidamente. O segundo, foi a deficiente estrutura agrária brasileira que lhe impede de vender uma boa safra, sem tomar prejuízo. O terceiro, foi a voracidade dos imbatíveis exércitos de saúvas, que, ferozmente, devoravam sua lavoura e reservas de milho e feijão. Desanimado, estende sua dor à pobre população rural, lamentando o abandono de terras improdutivas e a falta de solidariedade do governo, protetor dos grandes latifundiários do café. Para ele, era necessária uma nova administração.
A Revolta da Armada - insurreição dos marinheiros da esquadra contra o continuísmo florianista - faz com que Quaresma abandone a batalha campestre e, como bom patriota, siga para o Rio de Janeiro. Alistando-se na frente de combate em defesa do Marechal Floriano, torna-se comandante de um destacamento, onde estuda artilharia, balística, mecânica.
Durante a visita de Floriano Peixoto ao quartel, que já o conhecia do arsenal, Policarpo fica sabendo que o marechal havia lido seu "projeto agrícola" para a nação. Diante do entusiasmo e observações oníricas do comandante, o Presidente simplesmente responde: "Você Quaresma é um visionário".
Após quatro meses de revolta, a Armada ainda resiste bravamente. Diante da indiferença de Floriano para com seu "projeto", Quaresma questiona-se se vale a pena deixar o sossego de casa e se arriscar, ou até morrer nas trincheiras por esse homem. Mas continua lutando e acaba ferido. Enquanto isso, sozinha, a irmã Adelaide pouco pode fazer pelo sítio do Sossego, que já demonstra sinais de completo abandono. Em uma carta à Adelaide, descreve-lhe as batalhas e fala de seu ferimento. Contudo, Quaresma se restabelece e, ao fim da revolta, que dura sete meses, é designado carcereiro da Ilha das Enxadas, prisão dos marinheiros insurgentes.
Uma madrugada é visitado por um emissário do governo que, aleatoriamente, escolhe doze prisioneiros que são levados pela escolta para fuzilamento. Indignado, escreve a Floriano, denunciando esse tipo de atrocidade cometida pelo governo. Acaba sendo preso como traidor e conduzido à Ilha das Cobras. Apesar de tanto empenho e fidelidade, Quaresma é condenado à morte. Preocupado com sua situação, Ricardo busca auxílio nas repartições e com amigos do próprio Quaresma, que nada fazem, pois temem por seus empregos. Mesmo contrariando a vontade e ambição do marido, sua afilhada, Olga, tenta ajudá-lo, buscando o apoio de Floriano, mas nada consegue. A morte será o triste fim de Policarpo Quaresma.


Policarpo Quaresma, Herói do Brasil
O major Policarpo Quaresma é um sonhador. Um visionário que ama o seu país e deseja vê-lo tão grandioso quanto, acredita, o Brasil pode ser. A sua luta se inicia no Congresso. Policarpo quer que o tupi-guarani seja adotado como idioma nacional. Ele tem o apoio de sua afilhada Olga por quem nutre um afeto especial e Ricardo Coração dos Outros trovador e compositor de modinhas que conta a história do nosso herói do Brasil.

resumo TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA - Lima Barreto

(Resumo)

A questão da identidade nacional brasileira é difícil. Se, na Europa, esse tema se construiu sobre tradições populares ancestrais, no Brasil, por falta delas, ele foi, inicialmente, lapidado em cima de um passado inventado pelos escritores do Romantismo, de modo idealizado.
A conjunção harmoniosa de índios, negros e europeus, a sobreposição de valores, a construção do herói modelar, o triunfo do bem são, na realidade, a repetição ingênua dessa identidade forjada e, portanto, falhada. É nesse ponto que começa o Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto, um livro que revela não só o engodo do projeto criado pelos escritores românticos, mas também a dificuldade de articulação de um conceito de identidade nacional no país.
Policarpo Quaresma é, antes de tudo, nacionalista. Ama o Brasil acima de si próprio e de si próprio abriu mão para viver em prol do engrandecimento da Pátria.

Estudou com afinco o país, acreditando piamente nos livros de sua biblioteca, que o narrador refere como romântica e, cotidianamente, chega à repartição pública onde trabalha com uma excelência da geografia brasileira, comportamento ironizado pelos companheiros de trabalho. Longe da realidade, começa a construir projetos de brasilidade.
O primeiro, baseado em suas leituras, é montado sobre a cultura do índio, elemento usado no Romantismo como símbolo de identidade nacional, já que aqui estava ainda antes de o português chegar. Foi seu primeiro erro. Nem seus amigos compreenderam sua tentativa: Lima Barreto marca o estranhamento da conjunção cultural e ética proposta pelos escritores românticos, quando confrontada com a realidade.
O hospício é a natural conseqüência. Então Lima Barreto desiste de aproximar identidade nacional de identidade cultural e étnica, partindo para o engrandecimento da Pátria por meio de um projeto agrícola científico, especulado pela realidade: saúvas, tiriricas, pragas, dificuldade de comercialização, oportunismo político, questões fundiárias... O segundo projeto queda frustrado também.
Policarpo não desiste. Seu terceiro plano é na esfera política, o centro das decisões: resolve, além de entregar a Floriano Peixoto um memorial cujo tema é a salvação nacional, engajar-se ao lado da ordem republicana contra a Revolta da Armada, que a ameaçava. Não via ele que a República amordaçava o povo com a morte quando esse se rebelava contra a marginalização de que era vítima.
No entanto, essa realidade era tão forte que, por maior que fosse o sonho de Policarpo, ela terminaria por vir à tona: a ordem republicana vitoriosa, indiscriminadamente, pune a todos que ousam discordar dela e, de tão arbitrária, alcançou Policarpo, que a defendia.

Seu terceiro projeto foi atropelado pela realidade. Pobre Policarpo Quixote Quaresma! Na sua trajetória, foi obrigado a ver as feridas e as mazelas brasileiras, seu conceito de Pátria morreu com ele. E, agora, o que é Nacionalismo?
Lima Barreto, simbolicamente, aponta as engrenagens da História: Pátria, ao fim e ao cabo, é uma construção, não um sonho; é um processo de enfrentamento da realidade, não de idealismo, Amar a Pátria significa participar da criação de todos, para todos - Policarpo Quaresma está vivo dentro dos que querem um país que abrigue todos os brasileiros.

resumo Memórias Póstumas de Brás Cubas

Memórias Póstumas de Brás Cubas
Machado de Assis
Esta é uma história fantástica, narrada por um defunto-autor. Brás Cubas, o narrador-personagem, é apresentado nela, por Machado de Assis, como um homem pretensamente superior, a fim de revelar exatamente o oposto, ou seja, o quanto a condição huamana seria frágil, precária. Vemos que se revela o realismo irônico, de forma universal e intemporal, surgindo ante os leitores a postura niilista, ou seja, de completa negativa de tudo, misturada à filosofia e à metafísica.

De acordo com Lúcia Miguel-Pereira, a obra, em sua ousadia, deixa de fora o sentimentalismo, o moralismo de superfície, a sonhada unidade do ser humano, o plavreado sentimentalóide, o medo de escandalizar os preconceituosos, a ideia de que o amor sempre deveria prevalecer sobre qualquer outro tipo de paixão, a eterna recorrência à natureza, como se esta fosse a única forma de se colocar a cor local para o leitor. Em contrapartida, homens e mulheres revelam-se como personagens, inde-pendentemente de nacionalidade ou regionalismos; a visão do ambiente e da época aparecem com clareza e o humor é utilizado com maestria, em nossa literatura, pela primeira vez.

"Memórias Póstumas de Brás Cubas" é a obra que sela a nossa independência literária, a nossa maturidade intelectual e social, a liberdade de concepção e expressão de que o Brasil se encontrava necessitado na época. Machado de Assis atribuiu ao romance um caráter regional, sem entretanto deixar de ser brasileiro. Apenas, não teve mais, como acontecia com autores de escolas anteriores, que ficar provando brasilidade em seu texto.

Como perfeitamente sabemos, essa obra é conhecida como um "divisor de águas" na Literatura Brasileira. É ela que divide em duas partes o trabalho do escritor Machado de Assis: a fase romântica e a fase realista, que tem início com sua publicação. Também é ela, em 1881, que faz a passagem do Romantismo para o Realismo brasileiro.

Supostamente, as memórias foram escritas por um "defunto-autor", ou seja, um narrador-personagem que conta sua vida depois de morto, do além-túmulo, o que nos reporta aos "Diálogos dos Mortos" de Luciano de Samósata, escritor grego, dando à obra um caráter luciânico, o que também ocorre no "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente, e em "Dom Casmurro", do mesmo Machado - uma obra aberta, também característica herdada do escritor grego já citado.

O foco narrativo em primeira pessoa dá ao perso¬nagem Brás Cubas o monopólio do texto. Aparen¬temente, seu relato caracteriza-se por uma postura de isenção, ou seja, prima pela impar¬cialidade, já que um morto não teria qualquer necessidade de mentir, já que deixara o mundo dos vivos e, assim, abandonara qualquer compro-metimento, ilusão ou envolvimento.

No entanto, se observarmos com cuidado, a obra só poderá ser entendida se começarmos por analisar o que o personagem conta, procurando perceber certos sinais, que indicam que ele mente, exagera e chega, inclusive, a ser incongruente. Brás Cubas manipula a história, mostra-se sempre superior, com mania de grandeza, desde o início de seu relato. Chega a comparar seu relato ao Pentateuco, que é um livro sagrado, histórico, fundador de uma tradição religiosa, atribuído a Moisés, um profeta universalmente importante, insinuando que a diferença radical entre este relato e o seu seria apenas o fato de Brás narrar sua existência partindo da morte e Moisés, seguindo a cronologia normal, tomando o nascimento como início. Logicamente, apenas um grande presunçoso não perceberia a diferença entre as duas narrativas, o grau de importância de cada uma, o que nos revela o grande presunçoso que ainda vive no "defunto-autor" Brás Cubas.

A ironia destaca-se no decorrer da obra e direciona-se a vários objetos. Um exemplo, seria a postura romântica, quando apresenta alguns trechos em que a ridiculariza - como a frase de que a natureza chora sua morte ou ao questionar a bondade e a fidelidade do amigo que o elogia em seu funeral, insinuando que o comprara.

Mostra o ridículo de um enterro com onze pessoas presentes, mas não deixa de explicar que os anúncios e cartas não foram feitos, portanto as pessoas não haviam sido avisadas de sua morte. Vemos, mais uma vez, o jogo de Machado de idas e vindas e suas colocações, só que feitos por intermédio de Brás.

É como se Machado de Assis buscasse transmitir uma forma de encarar o mundo, mostrando que a piedade, a suavidade, o afeto, e tantos outros valores estão perecendo na conjuntura em que a Huma¬nidade cada vez mais se acomoda.

Notamos que o "defunto-autor" estabelece-se distanciado de Machado de Assis, assim como da humanidade, que não teme desmascarar, ferir, escandalizar, chegando a dizer ao leitor que, se não se agradar de sua obra, tome um piparote, como um inseto que incomoda ou um grão de poeira em nossa roupa, jogado para longe com a ponta dos dedos. Vemos que Brás Cubas não crê no ser humano, daí escrever com a "pena da galhofa", da ironia, do rídiculo, sem, entretanto, sentir-se ferido, usando a "tinta da melancolia" para demonstrá-lo.

O verdadeiro caráter do narrador-personagem revela-se gradativamente, no decorrer do romance. Aos poucos, o leitor vê do que ele é capaz, o que pensa sobre si e sobre os outros, como não tem limites para chegar ao que deseja atingir, sem freios, sem cuidados.

Um forte niilismo pode ser verificado, quando, no capítulo final do romance, ele enumera todas as negativas que lhe compuseram a existência, em todos os sentidos e planos. Apenas alguns pontos positivos, como o fato de não ter que morrer pobre como D. Plácida, de não enlouquecer como Quincas Borba e de não necessitar de trabalho para sobreviver são mencionados, como uma pequena compen¬sação para tantos "nãos". É um burguês, de acordo com os personagens realistas, cheio de ilusões e empáfias. Acha-se quite com a vida.

No entanto, ao refletir melhor, em mais uma de suas voltas, acaba por desmentir aquilo que seria um consolo, uma conciliação com a vida. Diz que fez mais, e que carrega um saldo, ainda que pequeno, o qual se constitui na derradeira negativa do romance e em mais uma grande ironia de Machado: em um radicalismo niilista, Brás nega que a Humanidade mereça ter continuidade, vangloria-se de não ter tido filhos, de não dar prosseguimento a sua família.

Vinga-se da vida, recusa-a radicalmente, trata de demoli-la. "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria" é uma frase que nos revela a universalidade da miséria humana, tanto que o narrador troca o "eu" pelo "nós" e, assim, podemos verificar que Brás Cubas se revela como síntese de muitas, ou talvez, de todas as pessoas, com seus fracassos não assumidos, escamo¬teados, e não apenas um ser. Machado analisa a todos, de forma profunda, com sua capacidade imensa de penetração psicológica. Desvenda-nos as faces do ser humano, como se de um só falasse.

Temos uma obra em estilo substantivo e anti-heróico, revelado, em uma linguagem ambígua, sutil, repleta de causticidade e humor, usada para ironizar e destruir todas as ilusões românticas mencionadas.

No romance, surgem o uso da linguagem e a interlocução ou conversa com o leitor, que também é denominada "processo do leitor incluso". O nosso narrador, que não é nada confiável, ilude, provoca e desconcerta seu leitor, servindo-se de conversas nas quais ironiza suas expectativas, fazendo, inclusive, reflexões metalinguísticas, usadas para criticar a linguagem e a estrutura das narrativas tradicionais e questionar o próprio processo de criação literária. Um exemplo disso é quando Brás faz a metalinguagem, ironizando, por meio dela, o leitor apressado e acostumado com a estrutura utilizada nos folhetins românticos, nas quais a narração é direta, regular e fluente.

Ocorre, ainda, a quebra da linearidade do enredo, aparecendo microcapítulos digressivos, usados para comentar, explicar e exemplificar outros capítulos. Essa atitude de Machado de Assis fragmenta o romance tradicional. Faz com que o leitor tenha que se esforçar constantemente na montagem, organização, recriação crítica e criativa da obra. Um bom exemplo disso seria o episódio da borboleta preta, uma alegoria à personagem Eugênia, que é manca e pobre. Outros exemplos de fragmentação mais radicais são "O velho diálogo de Adão e Eva" e "De como não fui ministro", capítulos compostos apenas e tão-somente de sinais de pontuação, repletos de ideias, mas vazios de palavras, levando a imaginação do leitor a funcionar.

O romance tem como o espaço o Rio de Janeiro e temos o tempo psicológico - das memórias -, com quebra de linearidade, embora diversas datas sejam citadas.

Podemos dizer que Brás Cubas assume uma posição transtemporal, pois enxerga a própria existência de fora dela, de modo onisciente e descontínuo. Os fatos são narrados quando surgem na memória e várias digressões são feitas.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Recado!

Fala Galera , o blog andou muito tempo desatualizado devido a saída da equipe após o término do 3º ano! O blog passará a ser comandado pela Professora Wilza Rezende que promete muitas novidades para o Ano de 2012. Ainda não se sabe se terá uma nova equipe comandando o Blog! Aguardem Novidades e um Abraço a todos! Enormes saudades de toda Galera!

por Luiz Gustavo Amaral